Paulo U. Stumpf SJ, Reitor da Dom Helder
Paulo U. Stumpf SJ,
Reitor da Dom Helder
Em 1556, quando faleceu Inácio de Loyola, o líder daquele grupo de amigos da Universidade de Paris que passaram a se chamar “jesuítas”, já havia na Europa mais de 200 colégios da Companhia de Jesus.

Com a percepção de que a evangelização dos povos implica também no desenvolvimento humano através da arte, da técnica e da ciência, em meados do século XVI, os jesuítas iniciaram um movimento cultural, o Barroco. Logo este movimento se estendeu as mais diversas áreas, como a música, a arquitetura, a engenharia, a escultura, a pintura, o teatro etc. e ganhou o mundo alcançando séculos de vigência.

Dentre estes primeiros jesuítas, chegaram ao Brasil (Salvador – Bahia), no dia 13 de Julho de 1553, José de Anchieta, Manoel da Nóbrega, entre outros companheiros, seguidos, mais tarde (1614), por Antônio Vieira.

Anchieta adentrou o sertão do Brasil, aprendendo o idioma Tupi, catequizando e ensinando Artes e Latim aos povos indígenas. Escreveu a primeira gramática da Língua Tupi. Em 25 de janeiro de 1554, fundou o Colégio de São Paulo, no então Planalto Piratininga, que se tornou sede do embrião da Cidade e Estado de São Paulo e data de seu aniversário. Em 1759, o Brasil tinha 20 Colégios e 12 seminários jesuítas.

Igreja Sede da Companhia de Jesus, Roma, considerada o marco inicial do Barroco
Igreja Sede da Companhia de Jesus, Roma, considerada o marco inicial do Barroco
Para o desenvolvimento das obras educacionais, em 1599, os jesuítas elaboraram uma primeira edição do documento denominado Ratio Studiorum, o qual é proclamado pela história como a primeira sistematização da avaliação da aprendizagem, além de esboçar preceitos para a gestão acadêmica.

Atualmente, a Companhia de Jesus conta com mais de 2 mil colégios e uma rede internacional com mais de 200 universidades.

Assim como o primeiro colégio do Brasil, também a primeira universidade particular brasileira, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) também foi criada pelos jesuítas, em 1947.

Somando-se à PUC-Rio, os jesuítas atuam no Brasil em centros de pesquisa, comunicação, obras sociais, educação popular, colégios, paróquias e centros de espiritualidade. Além de Universidades Federais e outras Instituições, os jesuítas trabalham em obras educacionais próprias, Graduação e Pós-Graduação: UNISINOS (RS), UNICAP (PE), FEI (SP), FAJE (MG) e PUC-Rio.

Georgetown University Washington, D.C, uma das 27 universidades jesuítas dos EUA
Georgetown University Washington, D.C, uma das 27 universidades jesuítas dos EUA
A Escola Superior Dom Helder Câmara, a qual tenho o privilégio de dirigir na condição de padre jesuíta, sente-se feliz por colocar-se na tradição do serviço educacional da Companhia de Jesus. Procura efetivar nos desafios da atualidade o ousado sonho dos jovens universitários de Paris – os primeiros companheiros jesuítas.

O Projeto Pedagógico da Dom Helder, desenvolvido especificamente para o Ensino Jurídico, tem como fundamento a Pedagogia desenvolvida pelas Instituições Jesuítas de Ensino. Numa alusão ao fundador da Companhia de Jesus, Santo Inácio de Loyola, a Pedagogia Inaciana nasceu da metodologia e orientações de seus Exercícios Espirituais, com uma primeira sistematização na Ratio Studiorum.

Estudantes de Direito da Dom Helder que Colaram Grau no dia 19/02/2015, obtiveram 100% de aprovação no Exame da Ordem, antes mesmo da formatura
Estudantes de Direito da Dom Helder que Colaram Grau no dia 19/02/2015, obtiveram 100% de aprovação no Exame da Ordem, antes mesmo da formatura
Dentre os princípios da Pedagogia Inaciana elaborada pela Dom Helder está o ensino personalizado, o estudante como protagonista de sua aprendizagem e a motivação de se buscar sempre e em tudo o máximo (do Latim: “Magis”) desenvolvimento intelectual, humano e científico.

Sob a inspração de seu Patrono, Dom Helder Câmara, internacionalmente reconhecido pela sua atuação na construção da Paz e na defesa da Justiça, esta Escola de Direito tem como missão promover a educação jurídica de excelência a serviço de uma sociedade cultural, econômica e ambientalmente sustentável.